segunda-feira, 18 de julho de 2011

Reflexões “maníacas”

Penso que é um tanto difícil falar sobre manias, pois cada um tem as suas./ o grafite está estranho/No filme, podemos perceber na personagem principal algumas manias. Após a discussão /muito calor!/ fiquei pensando muito no seu jeito de ser, pois ao mesmo tempo que ela já uma mulher, ela tem atitudes um tanto infantis. /calor novamente; a professora sentou na mesa em que estou e a cor da sua blusa desviou minha atenção/ Identifiquei-me bastante com ela em relação a suas manias, pois também tenho, e muitas! Quando faço alguma delas, fico imaginando se tudo isso é loucura, pois, para mim, é estranho. Como por exemplo, o que acabei de fazer; tenho uma pulseira que dou um nozinho e normalmente ele fica para cima e isso me dá /barulho chato lá fora/ um tique e tenho que arrumar. Quando estou andando na rua, evito pisar no cimento que está trincado; percebi também que às vezes falo sozinho quando estou na rua, principalmente quando venho para a escola.
E o que é tudo isso? Manias. /MUITO CALOR/
Vejo que é engraçado e diferente, pois me remete ao tempo de criança, quando fazíamos coisas engraçadas /acho que estou viajando no texto/
Algo que me chamou a atenção foi a naturalidade com que a personagem fazia suas manias, como se todos fizessem aquilo. Ela não ligava para o que os outros achavam ou pensavam dela, assim como uma criança.

O barulho do ventilador

Há alguns 82 anos os pais colocavam o nome de seus filhos ou de Maria, caso fosse menina, ou José, caso fosse menino. Não foi diferente com José de Nostalgia, que nascera prematuro numa noite de Corpus Christi.
José de Nostalgia sempre foi uma criança estudiosa e sofredora. O mais velho dos cinco irmos, aos oito anos teve que ir trabalhar para ajudar seus pais. Aos dezessete perdeu seu pai e se tornou o homem da casa, com ainda mais responsabilidades. Quando o caçula de seus irmãos já havia quinze anos e ele vinte, sua mãe morrera de tuberculose. Foi então que José de Nostalgia deixou seus irmãos com Luís, o segundo mais velho, e resolveu seguir sua sofrida vida.
Em busca de felicidade, José de Nostalgia foi morar numa cidade grande para tentar a vida lá. Eis que conheceu sua futura mulher e mãe de seus filhos.
Aos vinte e cinco se casaram. Aos vinte e sete tiveram seu primeiro filho; e para seguir a tradição, chamou-o de José. Nos três próximos anos tiveram outros três filhos, Márcia, Marcela e Carlos.
Quando José de Nostalgia já tinha cinqüenta anos, com seus filhos já na faculdade; José fazendo Medicina, Marcela Direito, Márcia e Carlos alguma curso novo e desconhecido na época; e sua vida tranqüila, com sua casa própria e com seu modo de vida razoável, sem muito luxo, porém sem miséria, ele não tinha mais o que fazer, a não ser levar aquela vida de aposentado que todos os idosos levavam.
Aos setenta anos, com seus filhos já casados e morando em outras cidades, José de Nostalgia e sua mulher não haviam mudado nada, as mesmas rugas no rosto e os móveis de sua casa nos mesmos cantos. Nada havia mudado.
Mas foi aos oitenta anos, quando ele e sua mulher haviam se mudado para um apartamentinho no sul de uma cidade tranqüila, que suas vidas mudaram, ou melhor, a vida de seu José de Nostalgia mudou. Sua mulher havia morrido de tuberculose há duas semanas, como sua amada mãe, porém nessa época eram muito mais raros os casos de tuberculose.
Enquanto estou contando essa história a vocês, caros leitores, seu José de Nostalgia está sentado em sua poltrona de couro marrom, localizada em frente a sua porta, no centro da sala, relembrando toda sua história de vida.
Um tapete redondo e vermelho velho em sua sala, era o único objeto que dava cor àquele cômodo. Havia também um ventilador, porém não muito velho, se comparado a seus móveis, mas com um barulho irritante, mas não a seu José de Nostalgia.
Ele não conseguia acreditar na fatalidade que sua mulher sofrera. Junto com o fato de seus filhos nem sequer mais telefonavam para ele, como se ele houvesse morrido junto com sua mulher.
Já não comia e nem vivia adequadamente. Acordava lá para as sete da manhã, sentava na mesa e tomava apenas dois dedinhos de café, que ele havia preparado dois dias antes. Ao terminar, ia direto sentar em sua poltrona, esperando a morte bater em sua porta. O barulho do ventilador continuava.
Ninguém ia visitá-lo nem mesmo seu visinho. Os passarinhos que antes cantavam em sua janela, não cantam mais. Antes, o sol que iluminava seu quarto ao amanhecer, já não passa do prédio que construíram em frente a sua janela. O irritante barulho do ventilador não cessava.
A comida feita por sua mulher, hoje é entregue apor um restaurante a ele, a mando de seu filho, que todo mês pagava, mas não ia em sua casa; e o barulho do ventilador continuava.
Sua televisão que antes funcionava perfeitamente, agora só lhe mostra listras pretas e brancas. Seu radinho dos anos 70 já não funciona. Apenas o ventilador, com seu barulho irritante, funciona.
Havia outra coisa que já funcionava bem, seu coração. Seus batimentos estavam baixos, desde a noite em que sua mulher se foi. Ele não pensava em mais nada, a não ser em seu passado. Não falava nada, há tempos sua boca não se abre, apenas para comer ele faz este esforço. Nem o ventilador, com seu barulho irritante ele desligava. Sua audição também já estava falha.
A única esperança de seu José de Nostalgia era a morte. Que em minha opinião, só não chegava devido ao barulho do ventilador.
Foi então, que no dia em que o almoço não foi entregue, que à noite ele permaneceu acordado, que ele se sentou no lugar em que sua mulher se sentava, José de Nostalgia faleceu. O barulho do ventilador cessou.
José de Nostalgia não se incomodava com o tal barulho irritante do ventilador, pois foi ele que desde que sua mulher faleceu nunca o deixou só, seu barulho era o conforto que ainda o deixava vivo.
Mas José foi para o céu, levando consigo sua Nostalgia, que venceu as barreiras do confortável barulho de seu ventilador.

Confissões


Confesso-lhes que não costumo escrever textos sobre minha vida, apenas poemas, mas que são secretos. Normalmente é a criatividade que faz minhas histórias fluírem, então, desculpe-me se esta ficar confusa, pois estará de acordo com os pensamentos do escritor.
Hoje, no nosso debate, eu me emocionei ao ouvir as histórias de algumas pessoas presentes, pois em muitas delas eu consegui relacionar com o que estava sentindo e não consegui conter, algumas lágrimas caíram. Não sei bem ao certo qual foi o sentimento que aflorou, mas de uma coisa eu sei, me tocou!
Ao ouvir uma colega contar uma pequena parcela de sua vida, principalmente quando ela disse sobre sua mãe, que havia falecido, foi quando eu comecei a desanimar; mas não um desânimo de cansaço, mas sim de tristeza. Naquele momento, pareciam que o tempo e o mundo tinham parado para eu refletir, comecei então a relembrar dos problemas pessoais que estava passando e que começaram a crescer mais e mais dentro de mim, conforme aqueles frustrantes segundos passavam.
Senti muita pena dela, mas mais ainda orgulho ao saber que não foi uma ironia do destino que consegui derrubar uma garota de quinze anos tão especial como ela.
Ao ficar pensando, comecei a refletir e a questionar algumas perguntas que começaram a surgir: Por que está acontecendo todas essas coisas? Por que Deus colocou esses problemas em minha vida? Mas a principal pergunta foi? Por que AINDA estou aqui, neste mundo?
Sei que parece um pouco melancólico e tolo, mas ás vezes, quando meu psicológico está abalado, estas besteiras passam pela minha cabeça. Tolice minha!
Vejo que é inútil pensar nessas perguntas, apesar de ser bom para nós refletirmos sobre essa dádiva tão complicada que é a vida!