sábado, 16 de julho de 2011

RETRATOQUALQUER

Já me descrevi tantas vezes em pensamento, mas nunca consegui me definir (acho que nem o quero...).

Mais conveniente seria dizer das figuras que me retratam, que representam a minha essência anônima, às vezes até para mim.
Falar do laranja solar depois de um dia repleto de condições, do olhar vazio que permite enxergar, do renascimento ao encontrar-me sozinha com palavras nas mãos, de surpreender-me chorando ao descobrir a gota d’água por Bibi Ferreira, de sentir naquela expressão o meu sentimento.
Falar da relação íntima que se criou com o autor por um solo de clarineta, da surpresa e satisfação em descobrir o postal para Catherine, de chorar a seca de uma vida Severina, de ver um pedaço de mim em Chico, de lembrar da primavera e de algumas sombras que vivi com Drummond, e nunca esquecer que eu não vou me adaptar, assim como Antunes; porque metade de mim é essência e a outra é mudança.

Catherine Santana

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