sábado, 16 de julho de 2011

TENTAÇÃO

A canção de Raul já dizia que “o diabo é o pai do rock”, e agora, para mim não restam dúvidas de que o poeta dizia a verdade.
O tentador do diabo aparece nos momentos mais inoportunos justamente para causar um alvoroço interno que deseja se externalizar. Aquela vontade de esquecer que existem regras, números, responsabilidades, e o maldito do arrependimento que sempre nos acomete depois da consumação criminosa.
Estar lá entre a quadra poliesportiva e o violão, com o pensamento fora da cabeça, da realidade, fora da exatidão matemática, e com o aspecto de um viajante inconseqüente, que não sabe escolher para onde vai.
Estar lá, entre os arremessos “esportagressivos” e diante do filho ateu com voz angelical.
Está lá o Zé, o violão, eu, a vontade ainda mais aguçada de ouvir do que mesmo de cantar, o desejo fremente de visitar aquele outro universo a que somos transportados quando ouvimos a primeira nota de uma sucessão, aquele desejo de esquecer que existe passado e que existirá um possível futuro. Está lá a tentação! Está lá o diabo! Estar lá, diante da simplicidade do desejo de viver e de acreditar que viver não é um crime.
Sábio Raul...”O poeta está vivo, foi ao inferno e voltou”, e com ele, a tentação de ser feliz...

Catherine Santana

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