sexta-feira, 29 de julho de 2011

Palavras (nunca ao vento)

Minha relação com a palavra sempre foi constante. Desde que sou pequena tenho o hábito de escrever em agendas, diários, e mantenho esse hábito até hoje, velha como estou. Mesmo tendo um bilhão de coisas para fazer, sempre escrevo o que aconteceu no meu dia, as coisas de que eu mais gostei, o que me marcou, as descrições do lugar e do momento. Algumas vezes minha escrita me colocou em encrenca (minha mãe leu o que não podia), mas mesmo assim, nunca parei. Como o PPU as coisa mudaram um pouco. Eu escrevia o que tinha acontecido, fatos. Mas aprendi que uma folha em branco e algo que escreva pode ser minha válvula d escape. Um momento em que posso escrever meus fluxos de pensamento (como diz a Fabi).
Os textos que ela propôs que escrevêssemos foram maravilhosos! Na hora eu achava que estavam bons, mas depois achava uma porcaria. Mesmo estando ruim, era o que eu pensava e sentia, o que me deu vontade de escrever. Quando ela devolveu os textos deixei de lado um pouco minha critica e os vi como pedacinhos da minha consciência. Ri muito enquanto os fui lendo. E foi bom, foi muito bom na verdade.
A Fabi sempre fala da folha em ranço e acabei utilizando-a além da escola. Umas vezes em que estava mal, peguei uma folha e fui só escrevendo. A sensação de alívio, confissão, medo de alguém ler, cumplicidade, foram borbulhando e saíram.
É gostoso jogar com as palavras, às vezes pode ser perigoso. Elas podem ser e transmitir TUDO. Aprendi que elas não são jogadas ao vento, vai ter sempre alguém que precisa ouvi-las, ou se identificar com elas.
Ainda tenho muito medo que alguém possa pegar meus segredos e me comprometer depois (Por isso escondo minha agenda da minha mãe. Ela é muito xereta! Quer ler tudo que eu escrevo!).
Ontem falei com o Renê que eu não seu me comunicar bem pela escrita. Mas não é isso, é que às vezes falta intimidade, criatividade, o pensamento certo pra escrever. Acho que as palavras e eu nos entendemos “bem”, só preciso ser mais amida dela, me encontrar mais. Quem sabe ajuda? A minha letra já é bonita (mentira! Às vezes ela sai feia. Já notei que quando estou triste ela sai mais bonita! Sei lá, não faz sentido isso!). Já parei de querer agradar as pessoas com o que faço ou por mim mesma. Então vou parar de tentar agradar todo mundo com o que escrevo também. É claro que eu não vou detonar ninguém, ou escrever algo errado (num sentido geral) ou qualquer outra coisa. Vou escrever o que se passa em MIM, isso já é o bastante.
Se eu escrever um livro, ele pode não ser o Best-Seller do ano, mas com certeza vai agradar alguém.
Outra coisa, sempre que acabo de escrever acho que fugi da proposta. Então... acho que fugi da proposta! Rs. Também nunca sei como acabar! Tem que ter uma solução para o problema? Ou um fim? Uma moral? Algum ensinamento?
Acho que vou acabar como meu amigo me ensinou...

Nenhum comentário:

Postar um comentário