quarta-feira, 20 de julho de 2011

Foi o que voltou pra mim

Pra quem acha todos os seus textos horríveis
Minhas palavras são parênteses que dou pra minha vida. Parênteses que não conseguem se abrir.
Estão essas palavras dentro de uma caverna, em alguma montanha perdida por este mundo.
Palavras e mais palavras eu assopro pra essa caverna e a única coisa que elas me devolvem são elas mesmas em forma de eco. Aliás, quando presenteamos alguém, sempre ganhamos algo de volta e, por mais incrível que pareça, só existe uma coisa a devolver: o que ganhamos _ou o que demos, no caso_. Não entenda como falta de educação. É só que de alguma forma mágica _talvez eu acredite em fadas_ o que damos é canalizado em alegria e felicidade para a pessoa a quem presenteamos, e a nós mesmos.
Mas e quando você dá algo de você a alguém _41 pessoas pra falar a verdade_ e esse algo não era um presente? Esse algo é algo _claro!_ que você simplesmente precisava dizer. Ou quem sabe alguma tentação que você nunca tinha exposto a ninguém.
Esse algo se torna inspiração para quem ouviu, aquele alguém não sai do mesmo jeito que entrou. Sai de onde? De dentro de você.
Sim, agora, você tem aquele algo dele e ele um algo de você. E se te perguntarem, é este algo que fica: o algo dele misturado com o seu, dois algos ou 41 que se juntaram e formaram outro algo que nunca será igual.
Não será igual porque você é formado de imperfeições, bagunças, bugigangas e quebra-cabeças que nunca se completam. Não se completam pelo simples fato de a última peça não estar na sua bagunça. E no momento que o outro _outros?_ abre a porta pra você entrar, a bagunça dele é mais certa e mais no lugar, a bagunça dele faz sentido e você consegue achar a tal peça que faltava.
Aliás, talvez enfim você perceba que a peça que faltava era um quebra-cabeça inteiro, e que de peça em peça se forma a vida que sonhamos ter. Sonhamos, não temos. Temos a vida que o outro sonha, por isso que você é você, é o outro, é ninguém, sem deixar de ser alguém.
Aquelas palavras, assopradas para a caverna vão voltar, mas cedo, mais tarde, um dia.
Nunca vai ser tarde demais para elas. E quando voltarem, o pensamento vai mudar de novo e você vai se abrir mais uma vez para as bagunças alheias, bagunças que se tornarão suas.
E os textos, meus, seus, deles, nossos textos tão cheios de erros, não podem estar mais certos, porque nossa vida é perfeita em nossas imperfeições.
E assim, como essa crônica, na se conclui, como diria Antônia.
10.06.11

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